O dia em que eu me alistei no Exército
- Roddy Alves
- 19 de mar. de 2018
- 4 min de leitura

Sempre chega aquele momento na vida de um homem, aquele momento que ele sabe que cedo ou tarde terá que enfrentar. Talvez muitos de vocês que estão lendo já passaram ou estão preste a passar por esse momento. Acho que pelo titulo já deu para ter uma ideia do que eu estou falando, né. O alistamento militar.
Deve se alistar todos os garotos que completam ou tenham dezoito anos no ano de alistamento, e mesmo com toda aquela propaganda que o governo faz (que na minha opinião é bem fantasiosa) muitos garotos ficam um pouco em choque de passar por esse processo. Eu sei, eu também senti e é por isso que eu resolvi contar como foi me alistar. Não é uma história magica cheia de perigos, eu simplesmente fui me alistar.
Depois de levar todos os documentos exigidos e tal, esperei quase cinco meses para ser chamado. Como eu levei meus documentos em janeiro, fui chamado no começo de junho. Na primeira vez em que eu fui, nós nos sentamos em vários bancos de madeira (isso depois de ficar quase uma hora e meia em pé numa fila do caralho), para no final descobrir que era apenas para dividir a turma e marcar o dia do exame. Foram nos dado instruções para o dia como ir de banho tomado, dentes escovados, com roupas simples. Nada que um ser humano normal já não devesse fazer (kkk), e fomos dispensados.
La pra novembro retornei para o exame. Ficamos novamente amontoados nos bancos de madeira e depois de uma hora, pediram que nos organizássemos em uma fila. Um militar passou pela fila analisando se tínhamos tatuagem, exames médicos, declaração de faculdade, enfim, qualquer desculpa para não servir. Nisso um terço da fila caiu fora. Como eu não tinha conseguido faculdade por falta da reservista, não tinha tatuagem - já que a dona Izabel me quicaria para fora de casa (te amo mãe) - e o único problema que eu tenho é dois graus de miopia, passei normalmente para a próxima fase. O único laudo médico que eu tinha eu iria usar estrategicamente quando chegasse a hora.
Agora pensa na seguinte situação: você mora bem no fim da sua cidade, bem no fim mesmo, precisa atravessar a cidade toda de ônibus para chegar no lugar, acordou de madrugada para pegar o ônibus mais cedo e chegar na hora e ainda cometer a cagada de ir sem tomar café. E como se não bastasse, você tem que puxar um troço para medir o nível de força. Quer dizer não tenho certeza se era para isso, mas quanto mais forte puxava, maior era o numero. O normal era 120, o meu deu 90 haha. Então super dica: Coma antes de ir.
Depois do teste de visão (nesse eu levei um esculacho por não usar meus óculos) chegou aquele momento. Talvez o pior momento todo o processo de alistamento: o maldito exame de hernia. Sinceramente minha preocupação não era ficar pelado. Acredite se quiser, mas já ouvi de muitos garotos que estavam com vergonha (ou medo haha) da pipa subir. Pode manter sua masculinidade tranquila, que provavelmente, você vai estar tão nervoso que existe possibilidade de isso acontecer, a menos (brinks). Quando chegou a minha vez entrei na cabine como fui orientado, mas adivinha.
Eu não precisei ficar pelado.

O laudo que eu levei era justamente para comprovar que não tinha nenhum problema do tipo. Mas se por acaso você não conseguir fugir, fica tranquilo, você terá apenas que ficar de cueca e abaixar até o joelho quando for pedido, e assoprar no seu pulso. Esse exame serve para ver se você tem algum problema nos testículos.
Quando o suto passou foi a vez do exame de conhecimento. Praticamente era uma prova de conhecimentos básicos como matemática, português, porém também servia para saber se tinhamos alguma noção de física, mecânica etc. Também tinhamos que escolher as atividades que gostariamos de fazer lá dentro. Um conselho: Não precisar por que você sabe cozinhar, nem arrumar dormitorio, essas coisa, por que um amigo meu ficou um ano de empregada pensando que ia ficar na moleza... Essas atividades escolhidas serão usadas para te adequar melhor lá dentro, caso você sirva. Essa prova levou quase duas horas e meia.
No fim teve a entrevista, onde perguntaram pelos membros da minha familia, se eu tinha filho, se era filho único (não pense que isso é um dos critérios mais pika pra ser dispensado). Depois pediram para eu retornar em janeiro do ano seguinte. Voltei em janeiro. Ficamos novamente amontoados nos mesmos bancos de madeira, depois na sala onde fizemos a prova. Um por um nossos nomes foram sendo chamados, o meu não demorou muito. Então, depois de uns vinte minutos veio a noticia: Eu havia sido dispensado.
O militar disse que eu teria que voltar duas semanas depois para pegar minha reservista. No dia em que eu peguei, posso dizer que eu me errependi por não ter servido.
Bem foi isso, como eu disse não é uma história de mais. Apenas a minha experiência. Até mais #fiquemcomdeus #exercito #popacueca #alistamento #militar #alistamentomilitar #coisadehomem #papodegaroto
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